Dor no pescoço: causas comuns, como identificar sinais de alerta e terapias.
A dor no pescoço é uma queixa frequente e pode ter diversas causas, desde má postura até lesões musculares ou problemas na coluna cervical. Neste artigo, você vai descobrir os principais motivos, aprender a identificar sinais que indicam necessidade de avaliação médica e conhecer as terapias indicadas para aliviar o desconforto.
Matheus Grossi, MD
11/11/2023
A dor no pescoço é bem comum, afetando entre 10% a 20% dos adultos, quase tanto quanto a dor nas costas. Muitas vezes, a dor no pescoço está relacionada a problemas nas vértebras da região cervical (a parte superior da coluna), especialmente entre as vértebras C4 e C7, e pode surgir tanto de maneira temporária quanto se tornar algo mais duradouro. Esse tipo de dor é mais comum em adultos que não sofreram traumas graves recentemente.
A coluna cervical, que é formada por sete vértebras, tem a importante função de sustentar a cabeça e o pescoço, além de proteger a medula espinhal e os nervos. Quando ela sofre algum desgaste ou lesão, pode resultar em dor no pescoço.
Aqui estão algumas das causas mais comuns de dor no pescoço:
1. Tensão Muscular:
Essa dor acontece quando os músculos do pescoço ficam sobrecarregados, geralmente por lesões anteriores ou má postura. É uma das causas mais comuns e pode ser aliviada com descanso e ajustes na postura.
2. Alterações Degenerativas:
Com o tempo, é normal que a coluna cervical sofra algumas mudanças devido ao envelhecimento, como o desgaste dos discos entre as vértebras. Muitas pessoas podem ter essas alterações, mas não sentem dor. No entanto, em alguns casos, elas podem resultar em desconforto e rigidez no pescoço.
3. Dor Discogênica:
O desgaste dos discos cervicais, que são as estruturas que ficam entre as vértebras, pode causar dor e rigidez no pescoço. Às vezes, a dor pode se estender para os braços.
4. Osteoartrite Facetária:
Essa condição causa dor e rigidez no pescoço, especialmente quando você faz movimentos como dobrar o pescoço. É causada pelo desgaste das articulações da coluna cervical.
5. Síndrome da Dor Miofascial:
É um distúrbio caracterizado por dor muscular persistente e pontos de dor no pescoço. Esse tipo de dor é comum e pode ser aliviado com fisioterapia e tratamentos para relaxamento muscular.
6. Radiculopatia Cervical:
Essa condição acontece quando os nervos da coluna cervical ficam comprimidos ou irritados, causando dor, fraqueza ou formigamento nos braços.
Quando se preocupar?
Embora a dor no pescoço geralmente não seja grave, é importante ficar atento a alguns sinais de alerta que podem indicar problemas mais sérios, como:
Fraqueza nos membros inferiores ou dificuldade para andar.
Problemas de bexiga ou intestino.
Febre, perda de peso inexplicável ou histórico de câncer.
Esses sinais precisam de avaliação médica urgente, pois podem estar relacionados a condições mais graves que requerem atenção imediata.
Tratamento da Cervicalgia - Abordagem não cirurgica:
A cervicalgia, ou dor na região cervical, é uma queixa comum que pode ter múltiplas causas: alterações posturais, tensão muscular, artrose cervical, hérnias discais, disfunções facetárias, entre outras. O tratamento deve ser orientado conforme o diagnóstico e a intensidade da dor, sendo a maioria dos casos resolvida sem cirurgia.
1. Terapias Conservadoras:
Fisioterapia: reeducação postural, alongamentos, liberação miofascial e fortalecimento da musculatura cervical e escapular.
Medicamentos: analgésicos, relaxantes musculares, anti-inflamatórios e neuromoduladores em casos crônicos ou com dor irradiada.
Ergonomia: ajustes no ambiente de trabalho, uso correto do celular e mudanças de hábitos que reduzem sobrecarga na coluna cervical.
2. Terapias Intervencionistas Minimamente Invasivas:
Bloqueios anestésicos: facetários cervicais, bloqueios de raiz nervosa ou do gânglio da raiz dorsal.
Radiofrequência: utilizada em casos de dor facetária crônica, para neurotomia por radiofrequência térmica ou modulada.
Bloqueio Simpático Cervical (ex: bloqueio do gânglio estrelado): útil em casos com componente autonômico ou dor disautonômica.
4. Abordagem Multidisciplinar
Envolve fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional e educação do paciente. Técnicas de relaxamento, controle de estresse e melhoria da qualidade do sono são essenciais, especialmente nos casos com cronificação da dor.
O texto acima é apenas informativo, procure seu médico para melhor esclarecimento e melhor avaliação.
Referencia:
Isaac, Z; Kelly, HR. Evaluation of the adult patient with neck pain. Em: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Acessado em 10 de março de 2024).
Cohen SP et al., 2015 – "Pathogenesis, diagnosis, and treatment of neck pain" – BMJ.
Dreyfuss P et al., 2000 – "Cervical zygapophysial joint pain patterns: a study in normal volunteers" – Spine.
Navani A et al., 2021 – “Regenerative medicine for cervical discogenic pain: a narrative review” – Pain Management.
Manchikanti L et al., 2020 – "A review of regenerative medicine techniques in chronic spinal pain" – Pain Physician.
"Você sente dor no pescoço, que pode irradiar para ombros ou braços? A boa notícia é que, na maioria dos casos, é possível tratar a cervicalgia sem cirurgia. Com técnicas modernas, como infiltrações, radiofrequência e até tratamentos regenerativos com células do próprio corpo, é possível aliviar a dor e recuperar sua qualidade de vida. Cada caso merece uma avaliação cuidadosa — e você pode sim encontrar um caminho sem bisturi!"
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Dr. Matheus Pereira de Miranda Grossi
CRM-MG -72960
Anestesiologia - RQE Nº: 57309
Medico da Dor - RQE Nº: 63808