Dor de Cabeça: Os Diferentes Tipos e Como Identificar Sinais de Alerta

A dor de cabeça pode ter várias causas e diferentes tipos, como enxaqueca, cefaleia tensional e outras condições. Neste artigo, você vai aprender a identificar os principais tipos de dor de cabeça, reconhecer sinais de alerta e saber quando procurar um médico para avaliação.

Matheus Grossi, MD

3/10/2024

A dor de cabeça é algo que quase todo mundo já experimentou, mas você sabia que ela pode se dividir em três tipos principais? Vamos entender um pouco mais sobre cada uma delas:

1. Enxaqueca

A enxaqueca é aquela dor forte que aparece de vez em quando, geralmente em um lado da cabeça. Pode vir acompanhada de enjoo, vômitos, sensibilidade à luz, barulho forte e até cheiros fortes. Quem tem enxaqueca sabe como ela pode ser intensa, e por isso, é um dos tipos mais diagnosticados pelos médicos.

2. Dor Tipo Tensional

Esse tipo de dor é mais comum e muitas vezes causa uma sensação de peso na cabeça, além de aperto no pescoço e na mandíbula. Muitas pessoas relatam essa dor como uma pressão, como se estivessem com uma faixa apertando a cabeça.

3. Cefaleia em Salvas

Essa é a dor de cabeça mais rara, mas também a mais intensa. Ela costuma ser unilateral (só de um lado) e vem com uma série de sintomas desagradáveis, como: olho vermelho, pupila contraída, lágrimas escorrendo, nariz entupido, suor no rosto e até inchaço ao redor do olho. As crises de cefaleia em salvas podem durar de 15 a 180 minutos e são extremamente fortes, o que faz muita gente procurar um médico na hora.

Cefaleia Secundária: A Dor de Cabeça por Outras Causas

Às vezes, a dor de cabeça é um sintoma de outra condição, e chamamos isso de cefaleia secundária. Nesse caso, é importante ficar atento a alguns sinais de alerta que podem indicar que algo mais sério está acontecendo:

  • Dor de cabeça acompanhada de febre ou outros sintomas pelo corpo.

  • Histórico de câncer.

  • Problemas neurológicos, como perda de consciência.

  • Dor de cabeça que apareceu de repente ou é diferente do que você costuma sentir.

  • Se você tem mais de 50 anos e começou a ter dores de cabeça agora.

  • Mudança no padrão da dor ou dor nova na sua vida.

  • Dor de cabeça que aparece em certas posições ou depois de tossir, espirrar ou fazer exercício.

  • Inchaço no fundo do olho.

  • Se a dor está piorando ou tem algo estranho nela.

  • Dor de cabeça durante a gravidez ou logo depois de ter o bebê.

  • Dor no olho acompanhada de outros sintomas chatos.

  • Dor que começou depois de um trauma na cabeça.

  • Se você tem alguma doença autoimune ou está fazendo tratamento que abaixa a imunidade.

  • E se você está tomando muito remédio para dor e não vê resultado.

Esses sinais podem ser um alerta para que você procure um médico e faça a avaliação correta. Lembre-se de que nem toda dor de cabeça é grave, mas é sempre bom estar atento aos sintomas para cuidar da sua saúde da melhor forma possível!

Tratamento das Cefaleias – Diagnóstico Diferenciado e Abordagem Multimodal

       As cefaleias são uma das queixas mais frequentes nos consultórios e podem ter diferentes causas e apresentações: enxaqueca, cefaleia tensional, cefaleia cervicogênica, cefaleia em salvas, entre outras. O diagnóstico correto é fundamental, pois cada tipo de cefaleia exige estratégias terapêuticas distintas.

1. Tratamento Clínico:

Enxaqueca:

  • Tratamento de crise: analgésicos, anti-inflamatórios e triptanos.

  • Tratamento preventivo: antidepressivos, anticonvulsivantes, betabloqueadores e moduladores da serotonina.

  • Identificação e controle de gatilhos (alimentares, hormonais, estresse, sono).

Cefaleia tensional:

  • Analgésicos simples, relaxamento muscular, psicoterapia e correções posturais.

Cefaleia cervicogênica:

  • Fisioterapia, bloqueios anestésicos em nervos cervicais e controle da origem musculoesquelética.

2. Terapias Intervencionistas:

Bloqueios anestésicos de nervos periféricos, como:

  • Nervo occipital maior e menor – úteis em enxaqueca crônica e cefaleias cervicogênicas.

  • Nervo supraorbitário e auriculotemporal – alívio de dor frontal e temporal.

  • Toxina botulínica tipo A – indicada para enxaqueca crônica com excelente eficácia e perfil de segurança.

  • Radiofrequência pulsada – pode ser considerada em casos refratários de cefaleia cervicogênica ou occipital neuralgia.

3. Abordagem Integrativa e Personalizada:

     Técnicas de relaxamento, controle do estresse, higiene do sono e acompanhamento psicológico são fundamentais.

          Educação do paciente e reestruturação de hábitos também são pilares no controle da dor de cabeça recorrente.

O texto acima é apenas informativo, procure seu medico para melhor esclarecimento e melhor investigação do seu quadro de dor.

Referencia:

Wippold, FJ; Whealy, MA; Kaniecki RG. Evaluation of headache in adults. Em: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Acessado em 10 de março de 2024).

IHS (International Headache Society) – "Classification of Headache Disorders, 3rd edition".

Ashkenazi A et al., 2010 – "Peripheral nerve blocks for the treatment of headache" – Headache.

Dodick DW et al., 2010 – "Botulinum toxin for the treatment of chronic migraine: PREEMPT clinical program" – Cephalalgia.

Young WB et al., 2014 – "The use of radiofrequency procedures in the management of headache and facial pain" – Current Pain and Headache Reports.

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"Se você sofre com dores de cabeça frequentes, saiba que existe tratamento — e ele vai muito além de tomar analgésicos. Com diagnóstico preciso, bloqueios minimamente invasivos, uso estratégico da toxina botulínica e mudanças nos hábitos de vida, é possível controlar as cefaleias e viver com mais tranquilidade. Cada dor tem uma causa, e cada paciente merece cuidado e escuta de verdade!"